Por RONALDO RAIZER*
“Diga-me com quem andas que eu te direi quem és.”
Ditado Popular
Na UFPR são realizadas pelo menos quatro grandes eleições: para escolha de reitor e vice, direção do Sinditest, APUFPR e DCE. Em todas elas, o nível de disputa é elevado e os candidatos se utilizam de diversas estratégias para conquistar os eleitores.
São banners, faixas, cartazes e folders distribuídos por toda a universidade pelos candidatos e cabos eleitorais, os quais, devidamente uniformizados.
Nas eleições para Reitor, que envolvem toda a comunidade universitária, não é raro que os candidatos montem verdadeiros comitês de campanha em espaços alugados nas proximidades da UFPR. São campanhas mais estruturadas que de muitas cidades do interior do estado do Paraná. E certamente mais caras também. A pergunta é: Quem paga a conta?
Infelizmente, a prestação de contas das campanhas não é uma prática no nosso meio. Não recordo de nenhuma iniciativa dessa natureza nas eleições em que votei na UFPR. O máximo que se divulga são nomes de personalidades que apoiam as candidaturas e que poderiam lhe dar credibilidade.
Mas os financiadores, esses são guardados a sete chaves. Os regulamentos das eleições também são omissos nesse aspecto, não a havendo normatização interna que obrigue os candidatos a prestar contas dos gastos de campanha.
A regulação da obrigação de prestar contas das campanhas ajudaria a evitar situações como a descrita pela presidente eleita do Sinditest, Carla Cobalchini.
Segundo Carla, ” […] ao longo desses anos, a assessoria [jurídica] contratada teve uma relação corrupta com as gestões do sindicato. A assessoria bancava as campanhas de algumas chapas e, quando estas ganhavam, assinavam um contrato com essa assessoria que bancou”.
Seria um avanço gigantesco para a democracia interna da UFPR que se exigisse dos candidatos uma previsão de gastos e de fontes de recursos no ato de sua candidatura, e a prestação de contas ao final do processo.
Um mecanismos simples que contemplasse receitas e despesas no qual fossem identificados os fornecedores e financiadores. Nas eleições para reitor, por exemplo, isso seria fácil de ser implantado, uma vez que a regulamentação do processo é feita pela Comissão Eleitoral Paritária a cada novo pleito.
E estamos às vésperas de um processo eleitoral: é o momento de se discutir o assunto.
Ronaldo Raizer, técnico em assuntos educacionais.
Sawa disse:
Em dias em que avançamos tantos nos processos eletrônicos é inconcebível a falta de transparência e informação. Apoio a transparência pública, todos os dados de plano de financiamento de campanha e prestação de contas, deve estar on-line em acesso público. E os documentos físicos acessíveis a quem tiver qualquer tipo de dúvida. Apoio completamente o artigo do Sr. Ronaldo Raizer.