10 razões para NÃO reeleger Zaki reitor da UFPR

1.
Zaki pratica nepotismo. Um exemplo: em sua gestão, uma sobrinha da pró-reitora de Graduação, Maria Amélia Sabbag Zainko, está contratada pela empresa terceirizada que opera a UFPR TV.

2.
Zaki tentou favorecer o banco Santander. A frustrada tentativa de transformar crachás e carteiras de estudante em cartões do banco só foi barrada graças à mobilização da comunidade universitária e a uma denúncia ao Ministério Público Federal.

3.
Zaki faz promoção pessoal com dinheiro público. Usa a estrutura da UFPR para fazer autopromoção em materiais impressos, como o Informe Servidor, e no portal da universidade, inclusive durante a atual eleição para a nova Reitoria.

4.
Zaki nomeou pessoas de fora da universidade e despreparadas. Com uma equipe sofrível, chegou a nomear inclusive ex-colaboradores do ex-governador Jaime Lerner.

5.
Zaki teve uma gestão pífia. Seu único grande projeto, o Corredor Cultural, revelou-se um elefante branco, que simplesmente não andou. Na falta de projetos e realizações, fez milhares de brindes, canecas, camisetas e agendas, que nem sequer conseguiu distribuir.

6.
Zaki tolera e pratica sistematicamente assédio moral. Transparência e isonomia estão longe de fazer parte do vocabulário da sua gestão.

7.
Zaki estava com um pé na candidatura Serra em 2010. Com DNA tucano, fez jogo duplo no segundo turno das eleições daquele ano. De direita, a gestão Zaki fala fino com a Fiep e grosso com os movimentos sociais.

8.
Zaki reunia-se a portas fechadas com Derosso em seu gabinete na UFPR. Quando o vereador cassado ainda era presidente da Câmara Municipal de Curitiba, nem a assessoria de comunicação da UFPR podia testemunhar as reuniões no gabinete do reitor. Hoje, Zaki ainda tem um irmão em cargo de confiança no governo do Beto Richa e outro, no de Ducci.

9.
Zaki é centralizador. Prometeu uma gestão coletiva, mas, fora umas reuniões de ‘planejamento estratégico’ no começo de sua gestão, não fez nenhuma outra audiência pública mais ampla.

10.
Zaki demonstrou não ter palavra. Ainda não cumpriu vários dos compromissos da pauta local de reivindicações da greve de 2011 dos servidores técnico-administrativos. Um exemplo: o conselho de comunicação da UFPR, que ficou engavetado em sua mesa por mais de dois anos e ainda não saiu do papel.

 

PS – Esta lista é assinada por mim, Fernando César Oliveira, jornalista concursado pela UFPR. E está, é claro, aberta a novas contribuições. A lista de motivos para a universidade dizer ‘Fora, Zaki’ é, com certeza, muito maior do que esta aqui.

 

PS 2 – Não devo mais trabalhar na UFPR, mas apoio e recomendo aos servidores técnico-administrativos, aos professores, aos funcionários da Funpar e aos alunos o voto na chapa 1 Tarcisa e Bona, justamente por acreditar que eles não repetirão nenhuma das lamentáveis características da gestão Zaki listadas acima.

 

 

FORMAÇÃO SINDICAL

O ser humano aprende mais facilmente quando tem a chance de praticar. Uma das grandes carências que acompanham o movimento sindical é a precária formação para a negociação de seus quadros. Só há um jeito de isso mudar: cursos de formação. É assim que age o Governo Federal e os seus eternos encontros de capacitação. São nestes encontros que se formam os agentes que vão implantar as políticas públicas.

Do lado dos sindicatos de servidores deveríamos fazer o mesmo. Sempre que houver seminários, concentrações, congressos, fóruns deveríamos levar o maior número possível de trabalhadores para aprender na prática as formas de pressão e negociação adotadas para a relação com os empregadores.

A nova Diretoria do SINDITEST que se elegeu propondo a mudança no rumo dos ventos pode inovar neste aspecto dentro do movimento sindical da UFPR. Diferente de outras diretorias que aproveitavam encontros de trabalhadores ou marchas e romarias para distribuir favores entre os seus seguidores, sempre por conta dos recursos escassos formados por todos. Favores estes que se caracterizavam como prêmios em viagens de turismo com direito a todas as despesas pagas.

O Blog MobilizaUFPR sugere que todas as atividades em que forem necessários grandes deslocamentos, como no caso do Congresso da Fasubra de Poços de Caldas que se encerrou no último dia 15 de abril, sejam feitas inscrições de observadores da qual toda a categoria possa concorrer. Se temos um ônibus fretado onde podem ser usados 40 leitos e que apenas 22 seriam ocupados, nada mais justo que possamos completar a lotação desse ônibus com servidores interessados em melhorar a sua formação sindical.

Existe um custo adicional de estadia e alimentação que não se compara com os arroubos patrimonialistas das últimas administrações sindicais que se formaram como bons negociadores imobiliários muito mais do que buscar a defesa dos direitos dos técnico-administrativos da UFPR.

Três cuidados são necessários para que essa formação não seja viciada por erros: Primeiro, a formação sindical é algo que deve ser cobrada e para toda atividade realizada por pessoal eleito ou observador deve ser cobrado a apresentação de relatório obrigatório das atividades exercidas nesta formação. Segundo, é melhor sempre priorizar a nossa categoria, entre viajar para formação levando técnico-administrativos e outras categorias como estudantes, por exemplo. Sempre os primeiros devem ser os escolhidos. Vamos lotar estas conduções com técnicos em formação sindical. Finalmente, é preciso que haja transparência da diretoria sindical na escolha do pessoal que irá fazer formação e que sejam divulgados as quantidades e nomes das pessoas sindicalizadas que viajarão.
São estas mesmas pessoas que, no futuro, estarão representando a categoria em mesas de negociação em Curitiba e, provavelmente, Brasília.

AS PÉROLAS DO “SEMINÁRIO DE 30 HORAS” DO SINDITEST-PR.

Aqueles que estiveram presentes ao evento realizado pelo SINDITEST na tarde do dia 11 de Abril puderam acompanhar como acontecem as articulações de bastidores na Universidade Federal do Paraná. Foram três momentos que ilustram que o quanto os trabalhadores da base ficam longe de saber das negociações que acontecem na cúpula do poder da UFPR.
O assessor jurídico Marcelo Trindade, que foi apresentado, assim como a sua equipe, como representantes do novo escritório de advocacia que passa a representar o SINDITEST, fez uma brilhante explanação demonstrando que, entre outros pontos, os servidores que estão investidos em cargo de confiança (CD ou FG) não são obrigados ao cumprimento da jornada de oito horas diárias. Mas em sua fala, Wilson Messias, na tentativa de explicar as razões do porque a resolução 56/11 de 22 de dezembro de 2011 do COUN estabelecer essa exigência e que se amparou unicamente na lei, que havia sido objeto de análise do advogado Trindade.
         Judit Gomes, diretora do SINDITEST, em sua fala, explicou que a diretoria do sindicato quando esteve reunida entendeu que uma pequena parcela de 375 servidores em cargos de chefia e que teriam que continuar a fazer oito horas por dia era pequena perda em razão do restante dos servidores que poderão conquistar as seis horas. Isso é um contrassenso, visto serem estes servidores, na grande maioria, filiados ao sindicato e notem parte da informação postada no site da entidade no dia 19 de março ultimo “Apesar de não representar formalmente estes trabalhadores, o SINDITEST vem tendo ações políticas em defesa dos trabalhadores terceirizados, através da atuação da Secretaria de Terceirizados. A greve e a luta destes trabalhadores merece a solidariedade de todos os servidores das universidades.”.
         Carla Cobalchini, presidente do SINDITEST e a outra representante dos técnico-administrativos na Comissão que elaborou a Resolução 56/11, tentou justificar que a inclusão dos relógios pontos para os técnico-administrativos da UFPR foi uma imposição dos Diretores de Setor como contrapartida para que estes aprovassem a Resolução no Conselho Universitário. Notem que a resolução é de dezembro de 2011. Queremos saber quando nossos representantes sindicais iriam nos informar que isso fez parte de uma negociação que ninguém sabia que aconteceu? Quando esses mesmos dirigentes sindicais irão fazer uma campanha contra a implantação dos relógios pontos para os técnico-administrativos da UFPR?

Voltaram a ser todos amigos?

COMO DEVEM SER AS ELEIÇÕES DE 2012 PARA REITOR DA UFPR?

                       

 Acompanhando as Redes Sociais é possível perceber as importantes contribuições para a questão do aborto de membros da Diretoria do SINDITEST-PR. Também vemos o bravo e oportuno apoio à greve dos cozinheiros terceirizados do Restaurante Universitário. Ou ainda as grandes defesas em favor da eminente chegada da revolução socialista ou da certa queda do governo da presidente Dilma: razões mais do que suficientes para que a Diretoria do sindicato não meça esforços no sentido de elaborar teses visando a união da esquerda para a derrubada das posições governista dentro da Fasubra (a nossa federação de trabalhadores que na próxima semana terá congresso no qual escolhe novos diretores).

         Alheios à atenção dos dirigentes sindicais ficam os técnico-administrativos da UFPR que vêem se aproximar as eleições para Reitor sem que nenhuma notícia seja dada sobre a mesma.

         Sabe-se que a nata sindical está muito envolvida no lançamento da candidatura nanica para a Prefeitura de Curitiba e é tudo!

         Mas, e quando vão ser as eleições para Reitor da UFPR? Quem serão os eleitores? Quais as propostas defendidas pelos técnico-administrativos? A eleição será em dois turnos? De nada disso se fala. Nem mesmo os representantes eleitos dos funcionários foram informados do início das discussões da Comissão Eleitoral pela Diretoria do SINDITEST.

         O grupo MobilizaUFPR acredita que isso não pode continuar assim. E lança a campanha: “VAMOS DISCUTIR AS ELEIÇÕES PARA REITOR DA UFPR, JÁ.” Traga suas idéias de datas e critérios para as eleições que vamos publicar neste espaço democrático e levá-las aos nossos representantes na Comissão Eleitoral. Vamos elaborar as propostas que sejam de interesse dos técnico-administrativos para que o futuro Reitor as implemente. Vamos discutir como queremos a UFPR para os seus trabalhadores nos próximos quatro anos.

         Vamos nos mobilizar ou vão apenas “olhar novamente para as pessoas”.

TODOS À ASSEMBLÉIA GERAL DO SINDITEST DO DIA 28 DE MARÇO

       A pretensão de democracia e de transparência com certo ar de pluralismo foi o que ficou patente quando da realização da assembléia geral dos trabalhadores do SINDITEST-PR que foi realizada no dia 31 de janeiro de 2012. Na oportunidade foram dados esclarecimentos sobre a campanha salarial 2012, sobre as eleições do Conselho Fiscal da entidade, sobre o convênio da UFPR e o Banco Santander, que inclusive recebeu uma moção de repúdio e sobre o Congresso da Fasubra que se realizará em abril em Poços de Caldas (Minas Gerais).

Sobre o XXI Confasubra a diretoria sindical foi bastante elucidativa e mostrou a necessidade de diversas assembléias (vinte foram as marcadas) com possibilidade de delegados de todos os campi e com ampla divulgação do caderno de teses que são defendidas por militantes do Paraná. Tal caderno estaria à disposição de todos os participantes das assembléias para que pudessem ter conhecimento mais aprofundado das posições das diversas correntes que disputam a hegemonia da entidade nacional.
Estamos a uma semana da realização da Assembléia Geral da categoria (marcada para acontecer no dia 28 de março e nada do caderno de teses. A pluralidade assim caminha a passos lentos. A transparência fica prejudicada e o que prevalece é a democracia daqueles que estão administrando o sindicato. Onde estão os ventos novos na nossa entidade de representação?

28/03/2012
Assembléia Geral
9h00
Local: Anfiteatro do 7º andar – HC/UFPR (R. Gen. Carneiro, 200 – Curitiba/PR). Para servidores ativos da UFPR-Curitiba e Aposentados.

Fasubra publica as 12 teses para o 21º congresso da categoria; Paraná terá até 80 delegados

Já estão disponíveis no site da Fasubra Sindical, na íntegra, as 12 teses que deverão ser apresentadas no 21º Congresso da Fasubra, que acontecerá em Poços de Caldas (MG), entre os dias 10 e 15 de abril.

Também estão disponíveis  o regimento interno e o calendário do congresso (tabela abaixo).

As teses representam as linhas políticas defendidas por cada campo político e vão ser defendidas no congresso, e a partir delas é que se define o Plano de Lutas da Federação.

No caso do Paraná, que possui uma base de aproximadamente oito mil trabalhadores, o número máximo de delegados eleitos será de 80. O número exato de delegados, porém, dependerá da participação dos trabalhadores nas assembleias.

Ao fim desta postagem, confira o calendário de assembleias divulgado pelo Sinditest-PR, que vai de 1º a 30 de março. As assembleias na região de Curitiba acontecem no final do mês.

A eleição de delegados acontece através de chapas inscritas em cada assembleia, de forma isolada.

Os documentos publicados pela fasubra:

03 – TESE BASE (560.57 kB)

Datas e locais das assembleias que elegerão os delegados do Paraná:

01/03/2012
Assembleia Matinhos/Paranaguá
14h
Local: UFPR-Litoral (R. Jaguariaíva, 512 – Matinhos/PR)
Para servidores lotados no campus UFPR-Litoral (Matinhos) e no Museu de Arqueologia e Etnologia (Paranaguá). Continuar lendo

Acuado e com reeleição ameaçada, reitor cancela negociata entre UFPR e Santander

O reitor Zaki Akel Sobrinho recolhe a sua caixa de ferramentas (Foto: Paulo Henrique Camargo/ACS-UFPR)

Dois dias depois de o Ministério Público Federal (MPF) ter sido acionado para investigar a ‘parceria’ entre a UFPR e o Santander,  o reitor Zaki Akel Sobrinho divulgou, através de nota publicada na noite desta sexta (17) no portal da universidade, a revogação do processo.

O texto publicado no portal da UFPR contém parágrafos contraditórios entre si. Um deles afirma o seguinte: “De acordo com as pró-reitorias de Planejamento e de Administração, a legislação não permite [sic] que as instituições públicas tenham conta em instituições bancárias privadas, mesmo que seja uma conta de transferência de dados”.

Já o parágrafo posterior alega que a UFPR teria seguido “todas as normas” da Lei de Licitações, e que, “apesar de cancelado”, o processo “foi considerado dentro da legalidade  e transparente”.

Ora, se o processo fosse ‘transparente’, ao menos esse novo ‘parecer’ das duas pró-reitorias seria publicado na íntegra. Será mesmo que só descobriram agora –mais de um ano e meio depois de terem iniciado o processo– que estavam fazendo algo que ‘a lei não permite’?

Aos fatos. O reitor Zaki Akel Sobrinho estava acuado. Em 31 de janeiro, por unanimidade, os servidores técnico-administrativos da UFPR haviam aprovado uma moção de repúdio na qual defendiam o cancelamento imediato do contrato.

Ao longo das semanas seguintes, o blog MobilizaUFPR.org tornou públicos os dois principais documentos do processo –o edital e o contrato assinado entre a universidade e o banco.

Com algum atraso, na manhã de ontem (17) a Apufpr também se posicionou contra a medida. “A administração da UFPR flerta com o ilegal ao agarrar-se ao privado antidemocraticamente e afronta os princípios da universidade pública, democrática e socialmente referenciada, tão cara ao coletivo dos docentes da UFPR”, diz trecho inicial de nota publicada no site da associação.

Curioso notar que até mesmo o DCE, que inicialmente havia aprovado o negócio com o Santander, mudou de posição e passou a criticá-lo.

Ainda conforme o portal da UFPR, a decisão pelo cancelamento da parceria teria sido tomada na segunda-feira (13). Ou seja, a ‘reavaliação’ do processo pelo DCE ocorreu depois de o processo já ter sido revogado. É algo mesmo curioso, pra dizer o mínimo.

Os bastidores que cercam todo esse episódio ainda estão por ser revelados. O blog MobilizaUFPR apurou que, na última semana, Zaki Akel Sobrinho recebeu emissários do banco espanhol em seu gabinete, a portas fechadas.

A agenda do reitor, aliás, não é mais divulgada nem mesmo para os trabalhadores da Asssessoria de Comunicação Social (ACS) desde meados de novembro de 2011, quando vazou para a comunidade universitária a informação de que Zaki havia tido um encontro particular com Antônio Néris, candidato derrotado à presidência do Sinditest-PR.

O mandato de Zaki termina no próximo mês de dezembro. As eleições para a Reitoria da UFPR devem acontecer em junho ou em agosto.

Desgastado pelas críticas e com o seu desejo de reeleição seriamente ameaçado, o reitor optou por um recuo estratégico.

Não há como negar que esse recuo é uma vitória da mobilização das centenas de técnicos, professores e alunos que, mesmo nas férias, se manifestaram contra a parceria entre a UFPR e o Santader nas redes sociais, em espaços como o Facebook e o Twitter.

Nós, do blog MobilizaUFPR, vamos cobrar do MPF que, independentemente do cancelamento do negócio, o órgão emita o seu parecer a respeito da possível transação, a fim de sepultar qualquer nova tentativa similar no futuro.

Postagens anteriores:

Edital e contrato preveem ‘uso interno’ da identificação da UFPR; cartão bancário não é mencionado

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Edital e contrato preveem ‘uso interno’ da identificação da UFPR; cartão bancário não é mencionado

O reitor Zaki Akel Sobrinho, da UFPR, usa o trator; sessão do Conselho Universitário, só em março (Foto: Paulo Henrique Camargo/ACS-UFPR)

Após tornar público o contrato firmado entre a UFPR e o banco Santander, o blog MobilizaUFPR divulga nesta sexta-feira (17) a íntegra do edital de ‘chamamento público’ que deu origem ao termo assinado entre as partes (abaixo, ao fim desta postagem).

Uma análise preliminar de ambos os documentos revela que nenhum deles apresenta nenhuma previsão para o uso da identificação da UFPR como cartão bancário, ao contrário do que está sendo feito, na prática.

No último dia 5 de janeiro, um texto publicado no portal da universidade afirmava o seguinte: “[..] os novos cartões, desenvolvidos em parceria com o Banco Santander, terão chips que permitirão o acesso às instalações da universidade, além de poderem ser usados também como cartões de débito bancário“.

Ocorre que o objeto do edital é bem claro, ao mencionar “cartões de de identificação para uso interno da comunidade universitária (crachás)”. Em nenhum item, tanto do edital quanto do contrato, aparece qualquer menção a outro tipo de utilização externa, como funções bancárias dos cartões, por exemplo.

Este pode ser um pontos que a Procuradoria Geral da República, acionada anteontem por este blog, pode se debruçar ao longo das próximas semanas.

Para nós, do blog MobilizaUFPR, o Conselho Universitário (Coun) reúne totais condições para barrar esse processo, antes mesmo de qualquer parecer do Ministério Público Federal.

Embora o contrato não faça menção a hipóteses de seu cancelamento, o item 10.1 do edital é bem claro a este respeito:

10.1 A UFPR se reserva ao direito de anular ou revogar este Edital de Chamamento Público por ilegalidade ou conveniência administrativa, mediante despacho fundamentado, de ofício ou mediante provocação de terceiros, sem que às INTERESSADAS caiba indenização de qualquer natureza.”

Lance mínimo

Outro detalhe intrigante do edital é o fato de que o julgamento das propostas teria como único critério o número de catracas oferecidas pelas empresas participantes da licitação, “observado o número mínimo de 20 unidades [catracas]”.

Como consta de extrato do Diário Oficial, o Santander se comprometeu a fornecer exatamente 20 catracas, ou seja, o mínimo exigido pelo edital.

Esse fato demonstra, no mínimo, que a instituição financeira sabia de antemão que não haveria concorrência para a sua proposta.

2ª via a R$ 8

O edital estipula ainda, no caso de alunos, servidores técnico-administrativos e professores da UFPR vierem a perder ou extraviar seus cartões, um pagamento prévio de R$ 8 para a emissão de uma segunda via.

O dinheiro seria repassado pela UFPR ao Santander.

A exceção seria apenas para casos de roubo ou furto, devidamente comprovados através de boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, hipóteses nas quais não haveria cobrança.

DCE volta atrás

O Diretório Central dos Estudantes divulgou uma nota hoje (17) em que revela que mudou de posição sobre a negociata entre a UFPR e o Santander.

“Erramos em nossa primeira análise ao afirmar que a confecção das carteirinhas não afetaria a autonomia e o caráter público da universidade”, diz trecho da nota, postada no Facebook. “Nós do DCE UFPR nos somamos às demais entidades na luta contra a implementação desta parceria.”

O DCE fará uma reunião extraordinária do Conselho de Entidades de Base para debater o assunto, no próximo dia 1º de março, às 19 horas, no Auditório Leo Grossman, no Centro Politécnico.

Cabe ao conjunto das entidades que representam a comunidade da UFPR (Sinditest-PR, Apufpr e DCE) mobilizar e pressionar o Coun.

A primeira reunião do Conselho Universitário, porém, prevista para o fim de fevereiro, foi adiada “por ordem” do reitor Zaki Akel Sobrinho para a primeira quinzena de março, “em data a ser confirmada”, conforme e-mail assinado pela Secretaria dos Órgãos Colegiados.

Íntegra do edital:

(em tela cheia)

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Servidores da UFPR denunciam o caso Santander ao MPF

Um grupo de servidores técnico-administrativos da UFPR protocolou ontem (15), na sede do Ministério Público Federal em Curitiba, um pedido de providências sobre a parceria firmada pela universidade com o banco Santander.

“Essa parceria entre UFPR e Santander, para a confecção de crachás funcionais e estudantis que “podem ser usados como cartões de débito”, foi feita sem nenhum debate e sem nenhuma aprovação por parte de nenhuma das instâncias colegiadas responsáveis pela gestão da UFPR”, diz trecho do documento.

“O banco terá acesso a um banco de dados detalhado de mais de 40 mil potenciais clientes que, ainda, serão obrigados a usar no pescoço uma peça publicitária com a logomarca “Santander”, sem nenhuma chance de escolha, configurando uma espécie de venda casada e de conflito entre o interesse público e o interesse privado.”

Abaixo, a integra do documento.

AO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO PARANÁ.

FERNANDO CÉSAR BORBA DE OLIVEIRA, servidor público federal, brasileiro, RG […]

LUIZ FERNANDO MENDES, servidor público federal, brasileiro,  […]

VALTER ANTONIO MAIER, servidor público federal, brasileiro, casado, […]

tendo em vista o que dispõem a Constituição Federal e demais normas em regência, vêm, respeitosamente, à presença de Vossas Excelências apresentar

PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS

Em face da UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ e de seu reitor, ZAKI AKEL SOBRINHO, pelos fatos expostos a seguir.

1. No último dia 5 de janeiro, o portal de notícias da UFPR veiculou uma notícia [anexo 1] acerca de uma “parceria” entre a universidade e o banco privado Santander.  Eis um trecho da reportagem:

“[…] No mês de março [de 2012], a UFPR vai finalizar o processo de mudança nos crachás e carteirinhas de identificação de seus estudantes e funcionários. Os novos cartões, desenvolvidos em parceria com o Banco Santander, terão chips que permitirão o acesso às instalações da universidade, além de poderem ser usados também como cartões de débito bancário.[…]”
(Fonte:  < http://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/ufpr-substituira-carteiras-de-identificacao-de-estudantes-e-funcionarios/>)

Registre-se  que esta foi a primeira —e única— vez em que a administração da UFPR comunicou seus servidores docentes e técnico-administrativos e alunos acerca de tal “parceria”, que até então não era de conhecimento da maioria da comunidade universitária. Continuar lendo

Contrato permite ao Santander vender produtos dentro da UFPR; crachás e carteiras estudantis terão logomarca do banco

Trechos do contrato entre a UFPR e o Santader: Venda de serviços do banco em espaço público e propaganda no verso dos cartões

O blog MobilizaUFPR obteve nesta sexta-feira (10/2) uma cópia do contrato firmado entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o banco Santander.

O documento, intitulado “Termo de confecção, doação e manutenção não-onerosa de cartões de identificação e catracas”, foi assinado em 26 de julho de 2011, no meio da greve dos servidores técnico-administrativos da UFPR.

“Será permitido à doadora [ao banco Santander] realizar a entrega dos cartões aos respectivos titulares, servidores e alunos da UFPR, sendo que nesta ocasião a doadora [Santander] poderá ofertar produtos e serviços aos mencionados titulares”, diz trecho do contrato, que prevê um prazo de cinco anos.

O termo menciona, de forma genérica, que o banco não poderá “pressionar ou coagir” servidores e alunos.

Conforme a parceria, a UFPR se obriga a disponibilizar um espaço físico de 100 metros quadrados para que, ao longo de 60 dias, o Santander possa montar uma tenda ou estrutura e fazer a “distribuição dos cartões de identificação e a divulgação de seus produtos e serviços”.

Entre as obrigações da universidade constam ainda “disponibilizar [ao Santander] os dados necessários à confecção dos cartões de identificação de cada categoria da comunidade universitária” e “disponibilizar um espaço no verso [dos cartões] para inserção de sua logomarca [do banco]”.

 

Abaixo, a íntegra do contrato:

(Visualize em tela cheia)

Saiba mais:

Sem consultar os alunos, DCE diz apoiar negociata dos crachás entre UFPR e Santander (3.fev.2012)

Servidores repudiam ‘parceria’ da UFPR com Santander que transforma crachás em cartões do banco privado (1º.fev.2012)