O ser humano aprende mais facilmente quando tem a chance de praticar. Uma das grandes carências que acompanham o movimento sindical é a precária formação para a negociação de seus quadros. Só há um jeito de isso mudar: cursos de formação. É assim que age o Governo Federal e os seus eternos encontros de capacitação. São nestes encontros que se formam os agentes que vão implantar as políticas públicas.

Do lado dos sindicatos de servidores deveríamos fazer o mesmo. Sempre que houver seminários, concentrações, congressos, fóruns deveríamos levar o maior número possível de trabalhadores para aprender na prática as formas de pressão e negociação adotadas para a relação com os empregadores.

A nova Diretoria do SINDITEST que se elegeu propondo a mudança no rumo dos ventos pode inovar neste aspecto dentro do movimento sindical da UFPR. Diferente de outras diretorias que aproveitavam encontros de trabalhadores ou marchas e romarias para distribuir favores entre os seus seguidores, sempre por conta dos recursos escassos formados por todos. Favores estes que se caracterizavam como prêmios em viagens de turismo com direito a todas as despesas pagas.

O Blog MobilizaUFPR sugere que todas as atividades em que forem necessários grandes deslocamentos, como no caso do Congresso da Fasubra de Poços de Caldas que se encerrou no último dia 15 de abril, sejam feitas inscrições de observadores da qual toda a categoria possa concorrer. Se temos um ônibus fretado onde podem ser usados 40 leitos e que apenas 22 seriam ocupados, nada mais justo que possamos completar a lotação desse ônibus com servidores interessados em melhorar a sua formação sindical.

Existe um custo adicional de estadia e alimentação que não se compara com os arroubos patrimonialistas das últimas administrações sindicais que se formaram como bons negociadores imobiliários muito mais do que buscar a defesa dos direitos dos técnico-administrativos da UFPR.

Três cuidados são necessários para que essa formação não seja viciada por erros: Primeiro, a formação sindical é algo que deve ser cobrada e para toda atividade realizada por pessoal eleito ou observador deve ser cobrado a apresentação de relatório obrigatório das atividades exercidas nesta formação. Segundo, é melhor sempre priorizar a nossa categoria, entre viajar para formação levando técnico-administrativos e outras categorias como estudantes, por exemplo. Sempre os primeiros devem ser os escolhidos. Vamos lotar estas conduções com técnicos em formação sindical. Finalmente, é preciso que haja transparência da diretoria sindical na escolha do pessoal que irá fazer formação e que sejam divulgados as quantidades e nomes das pessoas sindicalizadas que viajarão.
São estas mesmas pessoas que, no futuro, estarão representando a categoria em mesas de negociação em Curitiba e, provavelmente, Brasília.